Telescópio Espacial James Webb: 2 anos depois
No dia 25 de dezembro de 2021, o telescópio espacial James Webb foi lançado ao espaço com a promessa de revolucionar o nosso entendimento sobre como o Universo foi formado por meio de observações nunca antes feitas. Quase 2 anos se passaram e ele foi responsável por várias descobertas, além de proporcionar lindas imagens do espaço profundo. Apresentarei agora algumas dessas descobertas, ilustradas por uma seleção do que eu considero as melhores imagens feitas por ele até agora.
O James Webb observou, no dia 21 de agosto de 2023, a já conhecida Nebulosa do Anel com um nível de detalhes nunca antes visto. Essa nebulosa é formada por uma estrela soltando suas camadas exteriores enquanto vai ficando sem “combustível”. O motivo dessa observação não foi apenas tirar uma foto mais bonita, mas também observar objetos já conhecidos com equipamentos mais modernos, a fim de melhorar o nosso entendimento sobre eles.
Figura 01: Imagem do espaço com maior resolução da história
Fonte: Smithsonian
#PraCegoVer: A imagem mostra uma bela fotografia astronômica mostrando uma nebulosa cercada por estrelas brilhantes contra um fundo preto profundo. A parte central da nebulosa é brilhante e azul, enquanto o anel externo é laranja ou vermelho mais difuso.
Ainda na linha de observar o já conhecido, o James Webb se voltou para a Nebulosa da Águia, onde se encontram os Pilares da Criação, que proporcionaram uma das fotos mais clássicas do telescópio espacial Hubble. Agora com a visão em infravermelho, inúmeras protoestrelas foram reveladas. Esses astros nada mais são do que estrelas jovens que ainda não começaram a fundir hidrogênio, mas que, à medida que vão acumulando material, irão atingir a massa necessária para isso, se tornando estrelas que fundem hidrogênio a 2 milhões de graus Celsius, produzindo quantidades exorbitantes de energia. A observação de protoestrelas é essencial para o entendimento do ciclo de vida estelar, incluindo o do nosso Sol.
Figura 02: Pilares da criação vistos pelo james Webb
Fonte: Space.com
#PraCegoVer: A imagem é uma vista magnífica dos pilares da criação. Esse espetáculo celestial apresenta uma paleta vibrante, sendo os elementos azul e laranja os mais proeminentes. A nebulosa parece dinâmica e complexa, com gases e poeira flutuantes que implicam movimento constante.
Apesar da importância de observar novamente esses objetos conhecidos, o James Webb foi criado com o objetivo de observar as galáxias mais distantes e, portanto, mais antigas do Universo. Após mais de 1 ano de operação, ele está cumprindo essa função muito bem, já tendo observado as 4 galáxias mais antigas já vistas, com 13,4 bilhões de anos de idade. A observação de astros dessa idade é muito além do que era possível antes do James Webb, representando um grande avanço no nosso entendimento sobre a formação do Universo.
Figura 03: Porção do espaço estudada pelo James Webb para esta pesquisa
Fonte: Space.com
#PraCegoVer: A imagem é uma visão notável do universo capturada pelo Telescópio Espacial James Webb. Apresentada contra um fundo totalmente preto que aumenta a visibilidade das estrelas, a imagem oferece um relato detalhado do cosmos. A imagem é categorizada em duas seções – uma mostrando uma perspectiva mais concentrada e outra oferecendo uma visão mais ampla do universo. Parece visualizar milhares de estrelas de vários tamanhos e cores, e possivelmente também galáxias, destacando a densidade e diversidade dos corpos celestes no universo.
Em setembro, o James Webb capturou a sua primeira imagem de um exoplaneta (um planeta que orbita outra estrela que não o Sol), o HIP 65426 b. Esse planeta foi descoberto em 2017, mas visualizá-lo diretamente só foi possível agora, devido aos equipamentos muito sensíveis do James Webb, e ao uso de um coronógrafo, que foi projetado especificamente para esta finalidade. O instrumento bloqueia a luz da estrela que o planeta orbita, tornando mais fácil a sua visualização. O planeta em questão é 12 vezes maior que Júpiter, o maior planeta do sistema solar, e é o primeiro de muitos que o James Webb irá observar em sua vida útil.
Figura 4: Primeira imagem de um exoplaneta feita pelo James Webb
Fonte: Space.com
#PraCegoVer: A parte central da imagem apresenta a estrela HIP 65426 localizada na parte superior central, com seu planeta, denominado HIP 65426 b, indicado na parte inferior da imagem. A parte inferior da imagem apresenta uma série de cinco imagens menores rotuladas como "F300M", "NIRC2", "F444W", "MIRI", "F1140C" e "F1550C". Todas elas observações diferentes da mesma cena. A imagem é preenchida com um cenário de inúmeras estrelas.
Como podemos ver, em menos de 2 anos de operação, o James Webb já forneceu muitos dados para serem usados em pesquisas científicas, desde observação das primeiras galáxias a serem formadas ao surgimento de estrelas e a atmosfera de exoplanetas. É esperado que ele siga operacional por mais 20 anos, e mal começamos a compreender o que ele pode nos mostrar. De fato estamos em uma ótima época para vivenciar descobertas astronômicas, que a NASA divulga em seu site periodicamente. Não deixe de acompanhar!
Referências:
MAGAZINE, S.; FALK, D. Seven Amazing Accomplishments the James Webb Telescope Achieved in Its First Year. Disponível em: <https://www.smithsonianmag.com/science-nature/one-year-in-the-james-webb-space-telescope-has-allowed-for-stunning-discoveries-180982466/>.
SOHN, R. 12 amazing James Webb Space Telescope discoveries across the universe. Disponível em: <https://www.space.com/james-webb-space-telescope-12-amazing-discoveries>.
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